sábado, 26 de maio de 2012

Feira da Biodiversidade na Semana de Arte Educação


A Semana Mundial de Arte Educação (23-30/05) passou a envolver uma data importante no calendário mundial: o Dia da Biodiverdade (22/05). Aqui, no centro de Porto Alegre comemoramos esta semana essa data com muita alegria, trazendo a biodiversidade, o teatro, a música, a arte para a capital gaúcha. Estava na banca da Anama apresentando os projetos da associação e uma das atividades arte-educativas desenvolvidas foi o "percurso sensorial": descobrir com o tato a diversidade de alimentos ocultos em uma caixa, descobrir com o olfato as ervas nos copos de cheiro e encontrar utilizando a visão o simbolo dos transgênicos nos alimentos encontrados no comércio. Foi um dia de muuuito rico de trocas de saberes, de arte!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Construindo uma nova sensibilidade, ética e estética cooperativa em busca de comunidades sustentáveis


Ao se pensar em formular planos para uma futura reconstrução, a educação aparece universalmente considerada um dos meios mais eficazes para esse propósito, pois, alcança cada família na sociedade civil e forma todas as profissões. E como a humanidade, está no processo de evolução para alcançar o estado que tão ardentemente aspira: a construção de uma sociedade pacífica, justa, cooperativa, nos seus diversos gêneros, civis, culturais, de preconceitos, e outros, é que se fazem necessárias novas formas de pensar e conviver, novos olhares, a ressignificação dos conceitos e metodologias de educar.
 Embora a educação seja reconhecida como um dos meios próprios para formar a humanidade, é considerada ainda e apenas, como educação da mente fundada sobre velhos conceitos, sem se pensar em tirar dela uma força renovadora e construtiva.
Se a educação houvesse de continuar a conceber-se conforme os antigos esquemas de transmissão autoritária do saber, nada mais teríamos a esperar quanto ao futuro do mundo. De vale a transmissão do saber quando a mesma formação geral do homem é descurada? Existe, ignorada, uma entidade psíquica, uma personalidade social, imersa pela multidão de indivíduos, um poder do mundo que deve ser tomado em consideração.
                 A partir destes espaços reflexivos, a necessidade de mudança na educação, onde o ser expanda seu espaço íntimo para incorporar um espaço de palco coletivo. A necessidade da mudança rumo a uma nova pedagogia que possibilite o encontro de gerações descobrindo suas linguagens artísticas originárias, democratizando a cultura viva, alimentando práticas de colaboração, solidariedade reflexiva, confiança criativa construindo e concebendo projetos comunitários transculturais, em uma nova estética da transformação sustentável.
O processo da Assembléia da Cultura e Educação Transformadora e da Paz no FSM 2011 (Dakar, Senegal), ao Curso de Pedagogia TRANSFORMANCE - Capão da Canoa- RS
            Fruto de encontro dialógico em Assembléia de Educação e Cultura de Paz, no Fórum Social Mundial (FSM), em Dakar, Senegal – África, em fevereiro de 2011, onde surgiu está oportunidade de construção de processo coletivo com a Pedagogia Transformance, em Capão da Canoa.
A Pedagogia Transformance foi desenvolvida a partir da Alfabetização Cultural, em contextos internacionais onde a ameaça à humanidade se tornava crítica e impulsionava a busca por propostas alternativas. Propõe entender, interromper e transformar nossas vidas cotidianas de isolamento, medo, competição e violência através de uma pedagogia de intervenção pessoal e formação coletiva.

Essa pedagogia é fundamentada especialmente nas propostas de alfabetização e ação cultural pela transformação social do educador brasileiro Paulo Freire.   Essas técnicas são essenciais para criar auto-confiança e habilidades criativas de aprendizagem para comunicação intercultural e a convivência em comunidades multiculturais. Elas possibilitam escolas, universidades, centros culturais e espaços de trabalho usarem as fontes de criatividade humana para criar comunidades cooperativas com futuro sustentáveis.
O Curso revelou uma pedagogia em movimento e como se adaptar aos contextos diversos para cultivar a sensibilidade, auto-leitura, motivação, e auto-confiança, necessárias para experimentar e produzir democraticamente. Assim como, uma programação artístico-pedagógica que veio a convidar uma estimulação de diálogos entre profissionais de diversas experiências pedagógico-socioculturais, entre diversos saberes e práticas, realidades e culturas, educadores (da cidade e do campo), educadores populares e pesquisadores, movimentos sociais, agroecológicos e núcleo universitário.
Essa intervenção proporcionou a inclusão de diversas linguagens artísticas (poemas, canto, danças, esculturas, pinturas, narrativas intimas, etc.) para integrar a cultura na sua apresentação pedagógica. Aconteceram oficinas culturais entre o norte, nordeste e sul do país, numa troca de saberes, resgate e processo de Alfabetização Cultural.

Realizou-se no período entre 24, 25 e 26 de novembro e 01, 02 e 03 de dezembro, com 74 participantes, de 26 escolas municipais, estaduais e particulares, gestores culturais, ambientalistas e ongs , de 8 municípios do litoral norte.

E como resultado desse encontro-oficina os atuantes propõem :

       Criar um pólo regional da ABRA (Rede Brasileira de Arteducadores) - Litoral Norte, RS.

       Mapear os arteducadores, projetos de arteducacao, mestres e grupos de cultura viva comunitária na micro-região como recursos humanos e sócio-educativos disponíveis.

       Eleger, utilizar e vivenciar linguagens artístico-pedagógicas como linguagens de transformação social sustentável na educação formal/popular.

       Buscar integrar a cultura popular na educação formal através da qualificação de mestres e artistas.

       Promover colaborações entre arteducadores e professores na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Graduação, para acelerar e sustentar a integração e prática confiante das linguagens artísticas como tecnologias pedagógicas. 

       Reintegrar na prática político-pedagógica a práxis íntima e social das artes em busca de uma cultura da transformação sustentável.

       Dar continuidade ao curso de pedagogia Transformance, com a realização de encontros dialógicos que acontecerão entre mensalmente, a partir de dezembro de 2011, rumo a um encontro estadual/micro-regional, Litoral-Norte, em maio de 2012 e ao encontro nacional da ABRA no Ceará, em junho de 2012, que sustentarão a construção de novas pedagogias transformadoras e elaborar um projeto de formação, ação comunitária e colaboração para 2012-2014.

       Identificar os desafios éticos-pedagógicos pela educação formal, propondo estratégias possíveis para desenvolver uma prática transformadora.

       Prover colaborações entre as micro-regiões de abrangência da ABRA e grandes centros, para a construção e desenvolvimento de projetos de ações coletivas ético-sustentáveis comunitários.

       Fortalecer as ações dialógicas e colaborativas já estabelecidas entre o norte e o sul do país, permeados pela ABRA, ampliando-as para outras regiões e nacionalidades.

       Buscar cultivar lideranças juvenis, baseado na solidariedade co-responsável, com uma pedagogia intergeracional.

       Promover a integração da cultura tradicional e popular com a apropriação de saberes afirmando os valores humanos.

       Cultivar no novo ser as práticas de valores do cuidar, generosidade, solidariedade, respeito amoroso, para com o mundo vivo e a profunda preocupação com a igualdade e a cooperação.

       Manter produção coletiva como norteadora dos processos comunitários distintos, sustentados numa rede de mútua cooperação e colaboração ético-reflexiva.